quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Retrospectiva

O sol esta imenso
Suando na frente do pc
Encarando letras se formando em frase
Criando textos e assim historias
Dou vida a vozes na minha cabeça

Dias quentes
Noites frias
Dias de trabalho
Noites insones
Dias solitários
Noites de solidão

Suquinhos na Cobal trocando confidencias
Caminhadas longas e pensativas pela praia
Ouço conselhos
“A vida pode ser mais azul se você quiser”
“Você é ótimo, siga em frente”
Ganho duas amigas internacionais
Uma italiana amante de rosa
E uma espanhola que é minha fã de carterinha

Carnaval chega
E me isolo na minha lepra social
Às vezes me pergunto se a mascara já caiu da minha cara
Se foi isso não consigo mais encontrá-la
Me deparo com a face da morte pela primeira vez
Ele esta doente e não quer visitas
Nada posso fazer
Fevereiro é dia do meu aniversário
Tenho 23 agora
Nada parece diferente
Mais um ano sem nada pra fazer

Trabalho novo
Mais responsabilidade
Continuo no mesmo lugar
Mesmo chefe
Mesmo tudo
Ela volta bem na hora que tudo parece desastrosamente diferente
Finalmente se regresso
Descubro algo
Não estou em condição em deixar ela reinar no meu coração novamente
Volta às aulas

Vou me casar um diz
Quero que seja meu padrinho ele continua a dizer
Vidas que parecem evoluir
Crescer
Me sinto Peter pan sem poder de voa para bem longe e deixar tudo para trás
Digo que sim ao convite
Pela primeira vez me sinto velho

Mais trabalhos, mais estágios
Freela
Oportunidades
Suquinhos continuam a acontecer na Cobal
Alguns amigos ausentes
Ocupados com o trabalho
Outros estão para partir
Algo distante
Sinto que nuvens sombrias se aproximam

Ela esta me enlouquecendo
Me sugando
Me destruindo pouco a pouco
Me tornando pequeno
Amar dói
Sumir é a resposta
Fui antes que isso me quebre

Conselhos e ajuda
Supermouse entra em ação
Como sempre salvando o mundo
Dos outros
Sou uma ilha
A fortaleza
Ombro amigo
Colo
Mas aquele que tudo da, nada tem não é mesmo
Quem é o homem mais solitário do mundo?
A pergunta ecoa pela minha cabeça
Mas quem não é?

“Vou viajar”, ela disse.
“Vamos voltar a nos falar”
Lógico
Em meio ao abraço minto
“já passou”

Alegria!
“Eu passei! Obrigado pela ajuda!”.
Alivio
“Quem bom. Meu parabéns”
Dor
“Ele faleceu”
Tristeza
“Meus pêsames”

Sem trabalho
Sem estagio
Sem freela
Sem projeto
Sem livro
Sem amanha
Sem visão
Sem planos
Sem nada
Tempos difíceis
Era das trevas

Corredores vazios
Ninguém a quem procurar
Sem escapatória na bebida
Ou em lugar algum
Todos ocupados demais
Sem espaço para mim
Corto algo de mim para seguir em frente
Volto a não sentir nada
Já não me importo

Seguindo em frente
Sem poder parar
Nada a fazer
Continuar em frente
Sou um tubarão
Se parar, morro

O quarto escuro
As paredes brancas
Ventilador de teto zombe sem parar
A luz da teve ilumina as paginas do livro
Meu cérebro enterrado em conhecimento e pesquisa
Dias e mais dias solitários
Isolado
Ilhado
Alienado
Preso na prisão que eu mesmo criei
Perdi grande parte do filme
Os trailers, as propagandas
O inicio, o meio e o fim
Ate mesmo os créditos finais e a cena escondida depois de tudo
Pode me dizer o que aconteceu

Onde está o amor?
Os dois se perguntam
Ele deixado
Ela sem saber o que aconteceu
Ele fala tudo bêbado
Ela diz se apelido em segredo e so eu escuto
Onde esta o amor? Me pergunto
Comigo que não é

Amigos que partem
Amigos que somem
Amigos que vão
Amigos que casam e se descasam
Eles estão em toda parte
Em lugar nenhum


Volto à ativa
Números de celular
O gosto de batom em meus lábios
Perfume feminino impregnando minhas vestes
Me afundo num mundo de bucetas sem importância e nem sei como cheguei aqui
Nada mais é sentido

A musa se foi
Não escrevo mais
Encaro essa tela
Branca que chega a doer
As palavras se foram
Assim como a idéia do livro
Escritor so para aqueles que escrevem
De nada serve encarar isso
Nada sai
Bloqueado
Tela em branco

Algo parece brilhar em meio ao breu
Uma viagem
Uma saída
Um tempo
Preciso de algo para voltar as trilhos
Depois de um serie de acidentes de trem
A bola de neve para de descer e o gelo vai derretendo
Hora de fazer algo
Preparo as malas
Rumo ao norte

Reviravolta
Ele, meu amigo vira a pagina.
Felicidade esta em praias paradisíacas e dunas brancas como a neve
Ela, minha amiga italiana, mais surpresa:
Aquele que ela gosta volta
Bem no finalzinho
Aos 49 do segundo tempo, indo para prorrogação.
Pela primeira vez vejo um capitulo feliz
Quem disse que não devemos acreditar em contos de fadas
E eu? Bem obrigado e você, como está?


Assim foi 2008
Começou péssimo e conturbado
O livro não saiu
A musa se foi
O amor se esvaziou
Amigos se foram
E eu me perdi
Mas houve surpresas
Momentos bons nesse filme de drama que é a vida
E agora, com a mochila nas costas e com a passagem na mão
Que venha 2009 pela frente


Nenhum comentário: