quinta-feira, 5 de junho de 2008

intimidade é uma merda

“A intimidade é uma merda”, disse uma vez uma amiga por quem eu surpreendentemente me apaixonara perdidamente – como se houvesse algum controle na paixão, não é mesmo?
Mas não foi apenas isso. Continuou a teorizar:
“Intimidade só traz filhos e problemas. E ter filhos é um problema. Então é uma merda imensa de problemas. Isso é o que é intimidade. Uma merda.” Ela então inalou um pouco de nicotina, acelerando sua morte por câncer e depois expeliu a fumaça junto com essas palavras: “Intimidade é uma merda, sim, tanto quanto o amor é uma merda.”
Como assim o amor é uma merda. Ate entendo alguém dizer que uma relação seria – seja ela namoro, casamento ou apenas morar juntos – sejam considerados uma merda. O modelo de casamento, e relação seria, que tenho vem de casa, isso é, meus pais. E na me levem a mal, às vezes eles parecem felizes. Veja bem que eu botei “às vezes” na frase do lado por um motivo. Normalmente eles brigam, discutem, brigam mais ainda, não se falam, se ignoram, falam mal um dos outro pelas costas, daí voltam a brigar. Eles estão juntos a mais de 20 anos, mais ou menos, a minha idade. Meus vinte poucos anos já foram bem problemáticos e confusos, acho que se fosse casado e passasse mais vinte anos, eu estaria na merda. Mas na merda mesmo. Os relacionamentos sérios dos meus amigos também são exemplos nítidos de que relação pode ser uma grande merda. Vivem terminando, passando por fases, às vezes voltam, às vezes não. Sem falar que eles vivem dando explicação para tudo. Onde estão, pra onde vão, com quem estão, o que significa essa marca na camisa, quem é essa pessoa no seu orkut... Sabe esse tipo de coisa que é uma merda.
Pessoalmente, relacionamentos sérios, ou o namoro, é lembrado, através de algumas experiências, como algo parecido com a Idade das Trevas ou com o Holocausto.
Mas e o amor?
Primeiro de tudo, não dá para viver sem amor. Nem que seja do amor de um cachorro. Só entre nos querido leitor viver sem nenhum traço de amor é uma grande e fétida merda escrota.
Amor é bom. Mas como tudo na vida têm seus pros e contras. Assim como chocolate e uma noite de sexo.
Amar é bom. Ser amado é melhor ainda. Dizer a alguém que a ama e escutar um “eu também” é o paraíso, quase um orgasmo sentimental. Amar alguém que não retribui esse amor é uma imensa merda cavalar. Sentir dor de amar calado é sentir uma caganeira colossal.
A garota que disse que o amor é uma merda escutou a uns meses atrás “ EU TE AMO” saindo dos meus nervosos e tensos lábios.
Reação inicial: ficou pálida, o que é engraçada já que ela é morena, cara de boba e demorou para dizer qualquer coisa, nem um pio saia, acho que nem respirava, como se tivesse levado um soco na boca do estomago.
Houve aquele momento dramático cheio de tensão enquanto esperava uma resposta. Após se recuperar ela falou:
“Eu também...”
(alivio da galera! Explosão de emoção! Pode abrir o champanhe!)
Mas...
(sempre existe um “mas” nessas horas)
“...Só que eu sou galinha e não estou a fim de me envolver com ninguém nesse momento”
(UF! Essa doeu. Quem ficou sem ar agora fui eu.).
Dor no peito. Tontura. Falta de ar. Sensação que as lagrimas estão se formando em seus olhos. Perigo. Sinais primários de um coração em pedaços.
Como um bom homem, baixei a cabeça, respirei fundo e disse que estava tudo bem e entendia. Claro que quando ela partiu, eu a amaldiçoei, chorei que nem um bebe, me debulhei em lagrimas e lastima.
Bem, bem... Amor, amar, ser amado, amores em geral, no fim de tudo, a mesma boa e velha conhecida merda de sempre.

Um comentário:

Giselle disse...

Não foi assim q aconteceu! E eu nunca disse q amor é uma merda!
UAUAUHAUHUAAUAUHAUHUAHUAHUAHUHA!
Tudo bem vai... há sempre um pouco de ficção na nossa realidade ou seria um pouco de ralidade na nossa ficção?

O_o