sábado, 12 de julho de 2008

dez e meia de um sabado a noite ( escutando The Cure nos fones)

Olho para o relógio. O lento passar das horas. 10:30 da noite. Sábado à noite. 10:30 de um sábado à noite. E eu aqui. Escutando o tic, tac do relógio. O silencio na casa é de arrepiar. A torneira pinga, pinga em algum canto da cozinha. E aqui estou eu. Sentado. Sob a luz fraca do quarto, sentado. E eu sei que na cozinha a torneira pinga, pinga e o relógio faz tic, tac sem parar. E o tempo passa. Mas não parece. E o telefone não toca. Só silencio. Silencio total e mórbido. Não, minto. Total não. O silêncio não é completo. Posso escutar o pinga, pinga da torneira da cozinha e o tic, tac do relógio que quebra esse silencio mórbido, mas que não é total. Mas o telefone, nada. Sentado sob a luz fraca do quarto, eu espero ele tocar. Ele, o telefone. Mas ate agora nada. Só tic, tac e pinga, pinga. Tudo que eu quero é conversar. Mas não há nada, nem ninguém envolta. Ninguém com quem conversar. E nenhum barulho, alem do pinga, pinga na cozinha e o tic, tac do relógio. Muito menos o tocar do telefone. Nada de trim, trim. Ou outro desses barulhos. So o tic,tac e o pinga, pinga da cozinha. Fico imaginando onde ela poderia estar. Aqui comigo que não é. Estou sô, sob a luz fraca do quarto sentado esperando que o telefone toque. Olho fixamente para ele, me concentrando nele. Ele, o telefone. Mas é ela que me vem a cabeça. Sempre ela. Sempre ela. Ela que não esta aqui. Ela o motivo deu estar aqui, sentado sob a luz fraca do quarto, as 10:30, perai, não, 10:31 de um sábado a noite, esperando o telefone tocar e eu atender porque será ela que estará do outro lado para conversar comigo. Ela que não liga. Ela liga para fazer ele fazer barulho. Trim, trim. Ele, o telefone. E ele que não faz trim, trim. So fica lá. Estático. Sem barulho algum, em silencio, só escuto o pinga,pinga da cozinha e o tic,tac do relógio. Ainda estou chorando por causa de ontem. Sob a luz fraca do quarto, as lagrimas empapam meu rosto inchado e vermelho enquanto fico sentado esperando que o telefone toque e que ela esteja do outro lado para falar comigo. Olho para o relógio que continua com seu constante tic, tac. 10:32 da noite. Uma sábado a noite. 10:32 de um sábado a noite. E eu aqui, sentado, com a face empapada pelas lagrimas que escorrem, sob a luz fraca do quarto, esperando que o maldito telefone toque, imaginando onde diabos ela esta, mas nada do telefone tocar, o único som que escuto e do pinga, pinga da cozinha e do tic, tac do relógio e mais nada...

Nenhum comentário: