sexta-feira, 11 de julho de 2008

Em Branco

Há dias que nada acontece. Esse é um deles. Mas exatamente, hoje, uma sexta a noite e ate agora nada realmente aconteceu o dia todo. Passei o dia todo vagando, quase que vagabundeando, sem destino, sem nada real para fazer. Me senti perdido. Em busca de algo, algo que me excitasse. E não falo de drogas e putas baratas. Eu falo de algo mais. Nas férias todos os dias parecem um domingo, que nem aquela musica do Morrissey, ou seria The Smiths, sei lá. È como se tudo fosse algo sem graça e continuo, um cotidiano sem surpresas. A ausência de algum acontecimento. Nada ocorre. Tudo parece apenas fluir. Escorrer e nada se pega. O tempo passa, e não se percebe, não há velocidade na passagem de horas, minutos, segundos, o tempo transcorre e a vida vai em frente sem nada evoluir ou melhorar. Só o tic e tac imponente do relógio marcando horas e um tempo que eu não mais terei. Me sinto esvaziado, sem motivação ( sem mais motivação do que o normal e motivação é um produto quase inexistente na minha existência). Estimulos quase nulos. Tv, DVD, filmes, tv a cabo, cinema, peças, exposições, amigos no telefone, orkut, fofocas, o sol brilhando lá fora. Nada disso parece ser o suficiente para me tirar desse estado catatônico. Tela em branco e o nada que se repete. Dias em branco, cheios de nada a fazer e nada a desejar, não há mesmo escuridão, nem pensamentos sombreados e com pitadas de negrume e cinza escuro, só a brancura da indiferença e a vastidão gélida do nada. Ou talvez sejam desérticos. Quem sabe? Pouco importa. O avanço da pessoa, do ser em si, avança e as horas, que não param por nada, continuam a cavalgar sem tempo a perder. Tento preencher meu tempo com palavras para que pelo menos esse blog e essa pagina não fique em branco. Assim passam as férias na ilusão de que algo vá acontecer, mesmo que não seja nada, so algo que preencha esse nada que me invade e que supra algo mais que essa brancura todo. Uma mancha, um borrado. Letras. Frases desconexas. So para tirar do nada algo. So para dar vida a vida. A minha vida. Sentido talvez. Seja isso que procure. E não palavras eu procuro algum sentido. E não desejo que fique me branco.

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